Estamos novamente vivendo momento
importante em nossa sociedade: nossas cidades estão em clima de eleição
municipal. E, nesse momento de opiniões divergentes, ouvi de uma irmã que um
cristão não pode se envolver com a política. Fiquei preocupado com a
“alienação” da irmã, carente de argumentos bíblicos. Pensando igual a ela, existem
muitos.
Não desconheço que entre os políticos
é comum a sujeira, a mentira, o desvio de recursos e toda espécie de mal para
aqueles que amam ao dinheiro (I Tm 6:10). Entretanto, não posso rejeitar o que a Bíblia tolera e
nem posso tolerar o que a Bíblia rejeita. Em nenhum lugar da Bíblia,
encontraremos Deus dizendo que um cristão não pode ser político. Como também na Bíblia não
encontraremos nenhuma advertência dizendo “ser
proibido fumar”. Quem serve ao Senhor terá de fazê-lo da melhor forma
possível e isso implica em cuidar do templo do Espírito Santo, nosso corpo,
conforme registrado "Não sabei vós que sois templo de Deus, e que o Espírito
de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá;
porque o templo de Deus, que sois vós é santo" (1 Co 3.16, 17).
Por isso, não fumamos e nem cultivamos nenhum tipo de vício, não porque a
igreja ou o pastor proíbe, mas porque queremos servir ao Senhor na plenitude do
nosso ser, irrepreensível e sem pecado (I Tes 5:23). Que
força tem as regras e proibições contra o poder do pecado? Se o bem que
quero fazer esse não faço até que Cristo seja formado em nós (Gl 4:19).
Jesus é o verdadeiro interprete da
Lei. Somente Ele foi capaz de harmonizar Lei e Graça, da forma que Ele viveu e
ensinou. Apesar da lei de
Deus ser boa (Romanos
7), ela apenas tem a função de revelar que existe pecado, mostrando
um padrão de imagem a ser seguido, ela não remove o pecado, mesmo apontando
necessidade de integridade. E como falta integridade e honestidade entre os políticos
de hoje. Em outras palavras,
através da lei percebemos o que é uma vida de santidade, mas essa lei, em si,
não tem poder santificador. Só o Sangue de Jesus transforma o coração do homem.
A obra de Jesus foi completa e transforma o ser humano por completo, seja ele
político, candidato ou não.
Temos duas cidadanias: uma celestial e
uma terrena. Uma não anula a outra. Não posso negar que ser cristão e político
nos dias de hoje, no meio de tanta corrupção, é perigoso. Mas não é impossível
permanecer fiel ao Senhor.
Na política o homem pode fazer muitas
coisas boas e ruins. Esperaremos coisas ruins apenas dos que não servem a
Deus? Que
decepção será se aqueles que dizem temer a Deus, ao serem eleitos, se venderem
pelo preço do pecado! O verdadeiro cristão, que já é político ou que
pretende concorrer a uma vaga nas eleições municipais desse ano, ou que esteja
ocupando qualquer cargo público precisa ser servo fiel e prudente, cuja
prioridade seja Deus em primeiro lugar e cuja vida expressa o caráter de Jesus,
pois as facilidades de “dinheiro fácil” são as mais diversas possíveis. O “poder”
corrompe àqueles que já são corruptos em seu interior.
Se Jesus, realmente for o Senhor de nossas
vidas, não amaremos a entidade que existe no mundo espiritual designada de
“deus das riquezas”, Mamom (Mt 6:24). Nesse mesmo capítulo de Mateus, Jesus
sustenta que além de cumprir toda a Lei de Deus, devemos também obedecer as
“leis dos homens”, isso implica em não sonegar impostos, em não ultrapassar o
“sinal vermelho” no trânsito, em respeitar o direito dos outros e também a não “vender o nosso
voto”.
Em qualquer eleição, através do “voto
consciente” precisamos expressar nossa escolha, nossa vontade e
decisão. Não deve ser a escolha do “menos pior”, mas daquele que julgamos mais
preparado para a vaga, que irá trazer desenvolvimento para a nossa sociedade e
dignidade para o povo, ainda que ele não “crente”. Entretanto, não podemos e
nem devemos “idolatrar” esse ou àquele candidato. Adore
apenas a Deus.
O voto não representa o que somos,
mas não podemos “votar por votar”, ou por receber benefícios individuais. Nesse momento eleitoral, não podemos ser
egoístas pensando somente nas nossas prioridades ou no nosso próprio bem estar.
Precisamos votar em candidatos que tem chances de serem eleitos, para não votar
em um candidato “x” e acabar elegendo um candidato “y”.
Percebo nessa disputa eleitoral que o
interesse geral da maioria dos candidatos não é o desenvolvimento da cidade ou
o benefício do próximo. A grande maioria dos candidatos que existem por ai querem
apenas “engordar a conta bancária”.
Pior será se essa for a intenção do candidato, sendo ele evangélico; por ele
virá o escândalo e ai daquele que escandalizar o nome do Senhor. Jesus até
adverte que será
melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no mar com uma grande pedra de
moinho amarrada no pescoço (Lc 17:2)
Nossa geração é àquela que acreditou
que o diabo é o “pai do rock”, que o casamento “é consórcio”, que Deus é o
“deus da diversidade sexual” e que a “política é coisa do diabo”. Nada mais
longe da verdade do que essas afirmativas. Entretanto, não podemos e nem
devemos permitir que esse clima político abale o “ânimo” daqueles que sabem que
a “nossa pátria
está nos céus”, conforme nos orienta o apóstolo Paulo em Filipenses 3:20.
Acima de todo esse clima, onde vejo os irmãos tomarem “partido” desse ou
daquele candidato não podemos desqualificar nosso compromisso com o Reino de
Deus usando a igreja com “trampolim eleitoral” ou desrespeitando o irmão que
tem uma opção partidária, ou de candidato, diferente da nossa.
Um notável exemplo de homem na vida
pública foi o jovem Daniel. De Daniel está registrado “Então, os príncipes e
os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas
não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava
nele nenhum vício nem culpa." (Dn 6:4). Sua
vida nos mostra como
deve ser a vida do cristão no contexto secular. Daniel, na qualidade de homem público, não
se deixou dominar pela desonestidade, pela ganância,
pelo engano, mas se manteve íntegro na sua vida secular através dois princípios básicos
para aqueles que querem agradar a Deus: Leitura/Vivência da Palavra e Oração. Essa
receita é a base para o sucesso em qualquer empreendimento nosso, seja ele na
vida pública ou não.
Não resta dúvida, que Daniel preservou
os valores cristãos que ele aprendera de sua família nos cultos domésticos e
isso possibilitou a vivência de um cristianismo autêntico em uma nação totalmente longe de Deus,
mergulhada na idolatria. Daniel sabia que o relacionamento com Deus é inegociável,
e ele não se vendeu por nada porque tinha princípios espirituais que nortearam sua vida.
A
postura de Daniel, um
político do Reino de Deus, é aposta a de muitos políticos que se dizem “evangélicos”
hoje em dia, que preferem manter a sua permanência no “poder” a todo
custo. Se o crente quiser
ser político, ele precisa aliar competência e honestidade e, acima de tudo a
lealdade a Deus.
Com o Senhor nosso Deus está o
engrandecer e devido a fidelidade de Danei, aliada a sua excelente administração,
ele foi cogitado para ocupar um posto ainda mais elevado no
alto escalão do governo.
Mesmo com tanta ocupação, Daniel priorizou o Reino de Deus e sua
justiça, colocando tudo o mais em segundo plano, em razão da manutenção de sua
disciplina com a Palavra e oração.
Estamos carentes de políticos sérios e que falem a
verdade. Eles dizem uma coisa, mas quando assumem o mandado, fazem outra. É preciso “cair” o temor de Deus sobre os
políticos sobre a igreja, sobre os homens, sobre os políticos. A postura em favor da verdade deve ser a característica dos filhos de Deus, ainda que o sistema nos
encoste no muro.
Não somos ingênuos ao ponto de
acreditar que esses políticos iriam querer se eleger se fosse um trabalho
voluntário ou se eles recebessem apenas um salário mínimo. Sabemos que existem exceções,
há candidatos bem intencionados, e conheço um que quando foi vereador, aqui em
minha cidade, devolveu o que recebeu a mais: um suposto décimo quarto salário. Mas o que a grande maioria quer é
“dinheiro fácil” com esse trabalho, se é que posso chamar de trabalho.
No dia da eleição não haverá anjo na
urna para dizer ao "líder religioso" em quem você votou. Por tanto,
abramos os olhos!
Somos diferentes, e precisamos deixar
claro o nosso compromisso com o Reino de Deus em primeiro lugar. Daniel foi
benção em sua geração, porque desde sua adolescência ele “assentou no seu
coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que
ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se
contaminar." (Dn 1:8).
Que
Deus nos ajude a ter um coração sincero e seguir o exemplo de vida irrepreensível
deixado por Jesus e por Seus servos na Sua Santa Palavra.
Gilvan
Silva Santos, servo do Deus Altíssimo em espírito, alma e corpo (I Tes 5:23)
Itabuna-Bahia
18.09.2012 (17h21min)
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