É comum o ser humano viver em busca
de fama. Mas será que a fama é realmente importante? Estudando a Palavra de
Deus, descobrimos que a fama é irrelevante para aqueles que querem agradar a
Deus.
Há um enorme perigo em se buscar a
fama fora dos padrões de Deus. O que realmente é relevante para Deus é sermos
importantes em seu Reino; e só o seremos quando estamos em Cristo, o mais
humilde homem que já existiu.
Em uma primeira análise, Lucífer foi
um anjo de grande importância, com um grande ministério, mas ele quis a fama
para si, quis ser igual a Deus e o resultado inevitável foi sua queda, e passou
a ser chamado Satanás (Ez 28; Is 14). Assim,
viver em busca de fama, buscando a glória para si, é um dos grandes perigos de
nossos dias, que resultara em queda.
Em nosso atual sistema de valores, há
muitos famosos que não tem nenhuma importância real, mas há também muitos
importantes que se tornaram famosos... Famosos para quem? Importantes para o
que?
No Reino de Deus, nada precisamos fazer
a fim de obter ou preservar a “fama”.Apenas devemos nos esforçar para sermos
uteis ao Seu Eterno Proposito.
Na economia de Deus, há muitos homens
que foram importantes, mas que não obtiveram fama; essa é a grande realidade da
maioria dos servos Deus – que não buscaram a fama para si.
Para ilustrar essa verdade, quero tomar
como exemplo a vida de um homem de grande importância, muito pouco mencionado
nas Escrituras e que não obteve fama como outros no mesmo círculo de atuação
que ele... Trata-se de José, não José no Egito ou Jose, o carpinteiro.
Ele não nasceu em Israel, não foi
educado em Jerusalém e não foi testemunha ocular de Jesus. Mesmo assim, ele foi
um dedicado discípulo de Cristo, responsável por investir em pessoas e promover
encorajamento pessoal. Ele também vivia fora do materialismo, do egoísmo e vendeu
o que possuía em prol dos necessitados. Hoje ele faria muito sucesso em
palestras motivacionais, mas não obteve fama.
Devido a sua notória capacidade de
encorajar os outros, os demais discípulos o chamavam de “Barnabé - filho da consolação (At 4:36-37)”.
Quando da conversão de Saulo, muitos
dos discípulos duvidavam que realmente tivesse ocorrido um encontro com Jesus (At 9:26), mas Barnabé novamente investiu na vida do
outro, arriscou sua própria vida e por iniciativa própria testemunhou da
conversão de Paulo, que mais tarde se tornaria muito importante no Plano de
Deus e famoso (At 9:27).
O caráter de Barnabé, homem de bem,
cheio do Espírito Santo e de fé, contagiava a todos (At
11:24) e a liderança da Igreja de Jerusalém o confiou a missão de
edificar a nova igreja, agora formada por gentios (At
11:19 à 22). Na vida desse servo de Deus, não havia lugar para a
arrogância, presunção ou para buscar a fama para si mesmo e ele tinha
consciência de seus limites e capacidade.
Para realizar a missão que
fora confiada pela Igreja de Jerusalém, Barnabé resolve novamente investir na
vida de Saulo e o convida a ir com ele a Antioquia “ensinar o Evangelho”, a
“fazer discípulos” (At 11:25-26). Barnabé sabia sozinho
não reunia as qualidades, o dom e o chamada para ensinar os gentios, para
ministrar a igreja tão necessitada; ele investe em pessoas e dá oportunidade ao
apostolo Paulo.
Mais a frente, em Atos 13, vemos a Igreja de Antioquia alicerçada, com
uma equipe de servos qualificada nas mais diferentes áreas e o Senhor convoca
Barnabé e Paulo para a primeira viagem missionária. Que dupla – Barnabé e
Paulo. Até aqui Barnabé lidera.
O investimento de Barnabé, na total dependência
do Espírito Santo, foi eficaz.
Paulo se tornaria o apóstolo dos
gentios; importante na expansão do Evangelho e muito famoso por onde andava.
Tudo isso, na permissão do Senhor, sem nenhuma glória para Paulo e também não
causava nenhuma inveja em Barnabé, a liderança, o crescimento e a fama de
Paulo.
Ao que nos parece, Barnabé mais a
frente, tropeçou, cometeu um vacilo em companhia de Pedro. Ele influenciado por
outros mestres, misturou aspectos da Lei e aspectos da Graça. Talvez ele também
tenha, por um pouco de tempo, acreditado que não bastava apenas a fé em Jesus,
mas era também necessário cumprir a lei (Gl 2:13). E
ainda há pessoas que acreditam assim.
Com a permissão do Senhor, o apóstolo
Paulo confrontou os discípulos e corrigiu a rota de colisão (Gl 2:14). Uma vez corrigido o erro, não há empecilhos
para continuarmos sendo uteis ao Senhor e vemos novamente Barnabé em companhia
de Paulo defendendo a salvação unicamente pela Graça, sem as obras da lei (At 15:12).
Na caminhada cristã, talvez tenhamos
alguns atritos com aqueles que compartilham do Evangelho conosco. Também foi
assim com a dupla Barnabé e Paulo: houve uma discordância sobre levar ou não
uma pessoa em outra viagem missionaria. Joao Marcos os havia abandonado na
primeira viagem missionaria. Mas Barnabé, que sempre investia em pessoas,
queria dar uma outra oportunidade e levar Marcos com eles.
Paulo foi totalmente contrário. O fato
é que dissensão foi tão grande que causou a separação de Barnabé e Paulo (At 15:36-41). Mas tarde, com a solução do conflito,
Paulo pode reconhecer em Barnabé, um colega de mistério (I Cor 9:6) e em Marcos, “utilidade para o ministério (II Tm 4:11).
Não restam dúvidas da importância de Barnabé.
Ele não pode ser comparado em fama com apostolo Paulo. Mas a vida de Barnabé
impactou profundamente a vida de Paulo e também de outros.
Não podemos negar o quanto Barnabé foi importante!...
Assim, podemos resumir algumas
qualidades na vida de Barnabé que eu e você demos cultivar se quisermos ser
importantes:
Vendeu sua propriedade e doou a igreja, ainda que
isso não foi pedido e nem exigido.
E nós, como
temos aplicado os nossos recursos? E nossa generosidade?
- 2)
Não buscava a fama para si:
Barnabé se alegrava quando os outros se destacavam.
Ele não queria aparecer
- 3)
Investimento em pessoas:
Barnabé primeiro investiu em Paulo, e que resultados
obteve!... Mais tarde investiu em Joao Marcos, quando tudo conspirava contra.
Talvez, ao seu redor, não exista nenhuma “promessa
de sucesso”, mas será que você investirá tempo e dinheiro nessa pessoa? Quantos
ao nosso redor são desprezados?
- 4)
Zelo pelo ensino correto da Palavra
Em uma igreja ainda imatura, Barnabé não ignorou a necessidade
de ensino para que o povo permanecesse fiel. Ele investiu tempo para exortar e
ensinar.
- 5)
Cuidado com o testemunho
O caráter de Barnabé era visível; suas relações eram
transparentes. Ele não corria risco no que fazia e dizia.
Como você e eu somos vistos?
Concluindo, quero reafirmar a necessidade de
nos comprometermos em sermos pessoas importantes para o Reino de Deus, pessoas
que fazem diferença e se o Senhor nos quiser fazer famosos, a honra será
totalmente dEle, senão, nos contentemos em buscarmos sermos servos fies.
Que haja
vida, crescimento e edificação
Gilvan,
19/04/2019.